sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Objeto físico


Meu objeto físico, baseado nas idéias do livro "Lições de Arquitetura", de Herman Hertzberger, trabalha em torno de dois conceitos: o de público e privado e o de forma e função. A princípio, em sua forma "original", assemelha-se a um tijolo cinza clássico, notadamente presente no livro; porém, após uma análise maior, é possível manipular suas três partes heterogêneas de diferentes maneiras, quebrando as "limitações espaciais".




1. PÚBLICO E PRIVADO
Nas duas partes/seções mais externas, ou seja, nos blocos transparentes, quis debater a idéia de privacidade. O uso de acetato viu-se necessário para que referir-me à transparência na transição de ambientes, conforme citado na obra. No lado onde o fundo é a imagem do filme Psicose, há vários pedacinhos de jornal que impedem o público de acessar o privado, tropeçando com tal resistência. Quando aquele que está nos espaços internos permite a transição gradual do contato entre os ambientes, ou seja, quando o bloco é sacudido e os papéis picados caem, saindo da frente da imagem, há um maior contato entre os espaços. A escolha desta imagem deu-se por ela mostrar com clareza a reação espantosa daqueles que vêem sua intimidade invadida.

Já no outro bloco, o com fundo de céu, quis referir-me às galerias, locais fechados, teoricamente privados, que são abertos ao público. A idéia de pôr o espaço externo "aprisionado" na grade partiu da vontade de amplificar o ambiente interno. Extamente pelo acesso ser muito maior nestes locais, sua amplitude também é muito maior do que inúmeros outras construções. O que estava dentro agora está fora e o que estava fora está dentro.

A parte central é subdividida em dois. Cada novo bloco representa a acústica dos ambientes internos. Com o uso de arroz e madeira picada (rachi=palitinho japonês), desenvolvi dois sons diferentes que podem ser explorados pelo manipulador do objeto, incitando sua curiosidade.

2. FORMA E FUNÇÃO
Para enfatizar outro conceito muito interessante deste livro, desejei criar algo que pudesse mudar infinitamente de forma, sem prejudicar ou danificar a estrutura original e sem adquirir nenhuma função específica. Optei pelo velcro para proporcionar tal "flexibilidade" entre as peças, porque sua aderência é suficientemente boa e a gama de posições possíveis é enorme, já que estas não dependem de um encaixe perfeito. O padrão de sua estampa segue a linha xadrez, pois, como citado no livro, este é um jogo com um leque enorme de possibilidades. Desta forma, quis referir-me à diversidade de formas que meu objeto pode tomar.

MATERIAIS:

- folhas de acetato

- papel paraná

- arame preto

- arroz

- arroz japonês e rachi (palitinho de madeira)

- jornal

- velcro

- cola quente

- durex

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