segunda-feira, 12 de outubro de 2009

Objeto Interativo

A CRIAÇÃO (e mais uma vez, a frustração!)

E, novamente, cá estou comentando sobre uma de minhas "criações criativas"! Desta vez, a proposta envolvia circuitos elétricos e interatividade, ou seja, LEDs, LDRs, reed-switchs, baterias, voltagem, corrente, resistores, ferro de solda, e por aí vai...
Após infinitas idéias que, diga-se de passagem, não me levaram a lugar algum, cheguei a conclusão de que queria fazer algo que pudesse exprimir ao máximo a conexão entre objetos e pessoas, no meu caso, duas. E nada melhor, para mim, do que a própria pessoa "ser" o objeto! Por isso, propus uma espécie de vestimenta com a qual uma pessoa se envolve e uma "luva de fios" que outro indivíduo manipula e, assim, ambas as pessoas interagem com meus circuitos!

Através de fotos do processo criativo e pequenos vídeos, explicarei mais claramente o que ocorreu ao longo do tempo e como "finalizei" meu objeto.


REPRESENTAÇÃO NO SKETCHUP



A qualidade do vídeo impede uma boa visualização do processo de criação, mas, pelo menos, há como ter uma idéia vaga de como minha mente mudou constantemente durante as últimas semanas...não sei o que anda acontecendo com os .mov exportados pelo SketchUp do Mac, mas notei este mesmo problema no MacBook de uma amiga; e, enquanto isso, os outros alunos conseguiram reproduzir seus vídeos perfeitamente...está aí! Uma rara, porém existente, desvantagem da Apple!

Meu Tio (Mon Oncle, 1958)

Este filme francês, de 1958, onde o diretor (Jacques Tati) é o próprio protagonista, serviu de "fonte criativa" à formulação do objeto interativo (última proposta). Não que tenha me baseado nele, mas o fato de ter assistido ao mesmo, "abriu" minha mente para inúmeras possibilidades de criação, mesmo que o resultado final de meu objeto não venha a ser nada parecido com algo que possa ter sido proposto no vídeo...
O humor, conjugado com a inovação tecnológica que, para a época, propunha soluções inexplicáveis aos objetos e à arquitetura, fez deste filme uma comédia divertida e suave de assistir! Com uma casa moderna e hábitos pra lá de repetitivos e sistemáticos, um menino, seus pais e seu tio criam uma pequena história que se repete ao longo do filme, enquanto surgem mais e mais criações mirabolantes; e é esta trama que faz o espectador rir e deliciar-se com as banalidades do dia-a-dia!
Entendendo ou não francês, lendo ou não a legenda, é um daqueles filmes que as imagens já conseguem dizer praticamente tudo que precisamos saber...ou até mesmo mais! Deixando, assim, o campo aberto a interpretações.
P.S.: Um objeto que não consigo esquecer, talvez por sua incrível funcionalidade, é a jarra arredondada que quica ao cair! Simplesmente achei uma idéia revolucionária! Imaginem só...poder derrurbar, sem querer, aquele suco de uva da geladeira e não quebrar - mais uma vez - a jarra! Tudo bem que a lambança seria a mesma, mas só de não ter vidro no meio já adianta meio caminho!

Inhotim - Janet Cardiff


Dentre as inúmeras exposições no Inhotim, escolhi a "Forty Part Motet", da artista canadense Janet Cardiff, como objeto de pesquisa para a nova atividade solicitada. Famosa por suas obras áudio-visuais que, desde 1995, têm lhe proporcionado grande reconhecimento mundial, ela incita o visitante a questionar-se sobre o que é ou não realidade. Com seus arranjos musicais entrelaçados com ruídos do dia-a-dia, confunde a mente daquele que ouve suas gravações, transportando-o para uma "realidade paralela" onde o mesmo vê sua atenção presa, como se não pudesse parar de ouvir aquilo. Totalmente envolvente!
Em "Forty Part Motet", Cardiff conta com as vozes do coral da Catedral de Salisbury, Inglaterra, para reproduzir o complexo moteto (composição polifônica medieval) de Thomas Tallis. Desta forma, ela, brilhantemente, personifica cada caixa de som de sua instalação, para que cada uma corresponda a uma voz diferente. Até mesmo a solução visual dada aos alto-falantes remete a esta aproximação do visitante à catedral: o uso de pedestais que suspendem as caixas à altura média de uma pessoa, assemelhando-se a um corpo e a uma cabeça.
Na minha opnião, o mais impressionante é a capacidade de uma obra que se desprende das amarras visuais, concentrando-se fortemente na acústica e reprodução sonora, ser tão "completa" a ponto de fazer o vistante esquecer de tudo aquilo que passava em sua mente. Ao entrar no ambiente, senti o som abraçar-me por todos os lados, e as vozes "de bastidores" que antecediam a composição principal fizeram-me acreditar plenamente que estava prestes a deparar-me com uma sala cheia de outros visitantes, o que me chocou mais ainda, pois a mesma estava vazia! A capacidade de Janet Cardiff de recriar esta "esfera musical épico-celestial", fez-me pensar que estava na Europa medieval; e a confusão de ruídos, tosses e vozes, que sobrepõe o silêncio abrupto que acompanha o fim da gravação, transportou-me de volta ao século XXI e, além disso, desorientou-me ao provocar a minha desesperada movimentação ao redor das caixas, à procura de um "novo som" (forma de interação).
Uma incrível obra, de uma artista interessantíssima, onde a audição sobrepõe quaisquer outros sentidos humanos. Simplesmente não quis mais sair daquela sala! Uma verdadeira abstração!

OUTRAS OBRAS [com George Bures Miller]

THE MURDER OF CROWS, 2008

http://www.youtube.com/watch?v=Xfa2fvWZ6II

http://www.youtube.com/watch?v=Z9xEpyqLxDw

Mais uma vez, porém em parceria com outro artista, Cardiff explora o universo sonoro em sua obra. Com 98 caixas de som, ela tenta espelhar o surrealismo do "mundo de sonhos", com mais uma "confusão perfeitamente arranjada" feita por sua voz, o barulho de pássaros voando, uma banda marchante e ruídos de uma fábrica. Este ambiente "sinistro" instalado é comparável à situação política atual, caótica; e o posicionamento de um megafone no centro da obra, de onde a voz da autora é projetada, retrata o aprisionamento do ser em meio a seus sonhos apocalípticos.

THE KILLING MACHINE, 2007



Nesta outra obra, a exploração visual é grande, fazendo o uso de diversos elementos como, por exemplo, a cadeira de dentista coberta por pelúcia cor-de-rosa que é a peça central da instalação. Partindo para uma crítica explícita à sociedade, Cardiff e Miller inspiraram-se parcialmente em "In the Penal Colony", de Franz Kafka, e no sistema americano de punições capitais, assim como na situação política atual. Esta é uma obra agressiva e, exatamente por isso, consegue chocar aqueles que a observam, provocando uma reflexão maior sobre os dias atuais e a situação mundial como um todo. É o resultado, mais uma vez, da artista provocando sensações que "prendem" o visitante na obra.
COMENTÁRIOS GERAIS FINAIS
Após analisar estas três obras, entre outras, da canadense, pude concluir que um dos aspectos mais presentes em seu trabalho é o de tentar provocar diferentes sensações nos observadores, transportando-os a uma outra realidade, caótica, mágica e surreal. Além disso, ela ainda, de alguma forma inacreditável, consegue prolongar a "visita" das pessoas em suas instalações, fazendo com que fiquem a deslumbrá-las sem que percerbam o tempo passar. Esta é, definitivamente, uma artista a se observar! Ou ouvir, se assim preferir dizer...

terça-feira, 6 de outubro de 2009

Visita ao Inhotim

No dia 25 de setembro, uma sexta-feira, nossa turma visitou o Inhotim. Particularmente, eu adorei o lugar! Tanto devido às ótimas obras, galerias e artistas, como também por seu paisagismo! Apesar do calor escaldante daquela tarde, mantínhamos nossa atenção focada nas abstrações de cada artista, tentando, de alguma forma, interpretar suas intenções ou espontaneidades, enquanto divertíamo-nos aos montes pelos gramados do local. Inhotim foi, portanto, não só uma ótima experiência cultural, mas também uma forma de integração dos alunos. Definitivamente, recomendo a qualquer pessoa que vá até Brumadinho e desfrute desta incrível "coletânia de criatividade"! Com um preço ótimo (de entrada, que fique bem claro!), é uma das melhores opções para quem quer aproveitar o dia para relaxar e apreciar arte!


Dentre as exposições, as que mais me chamaram a atenção foram: Promenade, de Dominique Gonzalez-Foerster (um "jogo de sensações" que acalmava o visitante; um ambiente muito realista); Once Upon A Time, de Steve McQueen (um filme com imagens enviadas ao espaço, parte desinteressante, e com um "idioma espírita" extremamente intrigante); Celacanto Provoca Maremoto, de Adriana Varejão (ao contrário da Linda do Rosário, que não provocou nenhuma reação em mim, as 184 peças de óleo e gesso impressionaram-me assim que entrei no ambiente); Através, de Cildo Meireles (senti-me na Guerra Fria e adorei a liberdade de poder quebrar os vidros sem culpa: um "sonho de criança" realizado); Nave Deusa, de Ernesto Neto (uma pena não podermos mais entrar na "jaula de lycra"); Swoon, de Janine Antoni (a idéia de separar os sons durante o ballet é o que torna a obra diferente das outras e, assim, interessante); e, por fim, a obra que escolhi pesquisar mais a fundo: Forty Part Motet, de Janet Cardiff (os comentários serão feitos em outro post, apenas sobre a artista e suas obras e minhas impressões).

P.S.: Outro ambiente, que pode acabar passando despercebido, é o banheiro feminino da Galeria True Rouge. Não há nada que o diferencie ao extremo de um banheiro convencional, porém a vista de suas paredes/janelas é admirável! Vale a pena dar uma "espiadinha"!

Making Of - Casa do Baile à Flor da Pele

Ao longo deste nosso último trabalho, obtivemos um conjunto muito interessante de fotos que, sozinhas, também poderiam ter sido exploradas. Por isso, resolvi postar algumas delas para que pudessem compartilhar dessa nossa "diversão" fotográfica!

terça-feira, 29 de setembro de 2009

Panorama em grupo - Casa do Baile II

(com cores originais)

(com tratamento de cor no Photoshop)


GRUPO: Laura Carvalho; Luciana Rattes Máximo de Castro; Luiza Moura Rabelo Costa e Yumi Imanishi Faraci

CASA DO BAILE À FLOR DA PELE

Chegou a hora de fazer um panorama em grupo. De unir diferentes idéias, pontos de vista e exigências. De extrair o máximo daquele ambiente já tantas vezes explorado por nós, atrás de algo que fosse realmente bacana de ser mostrado. Juntar a arquitetura e o paisagismo aos nossos olhares - tão diferentes. Registrar a experiência de cada um em seu trabalho anterior influenciando tanto nesse novo olhar. Com novas surpresas a cada visita.Percebemos daí a essência do nosso novo trabalho. Uma tentativa de reflexão sobre as diferenças. Sobre as memórias, os diálogos entre nós e o ambiente que nos cerca, e o que deles fica realmente em nós.
Usamos das diferenças de cada um, das lembranças que nos marcaram (imagens sobre nossos corpos) que em cada experiência é completamente diferente. Que o que fica em nós também sofre deformações, dependendo das individualidades (no caso, dependendo de cada corpo - dos integrantes do grupo - e posição em que a imagem da Casa do Baile é projetada). Tentamos mostrar interações entre pessoas e espaços e como cada um interfere nessa imagem para si.Usamos de duas dinâmicas: no primeiro momento projetamos as imagens e tentamos interagir com elas, algo como mergulhar na projeção. Já no segundo momento fizemos com que as imagens ‘se desdobrassem’ para mergulhar em nós. Outro fato interessante foi que, inicialmente quase que sem-querer, tridimensionamos imagens que estavam planas. Ou seja, revertemos o processo da fotografia e a fotografamos de novo, o que deu um resultado interessante.
Na montagem do panorama propriamente dito, fomos influenciadas por David Hockney e suas polaróides e pelo trabalho mostrado em uma aula, que foi usado no site de um bailarino. Usando fotos de alta qualidade tentamos disponibilizar maior interação ao trabalho, dando ao observador a opção de ver em boa resolução - através do uso de zoom- uma foto que a princípio estava fora do seu alcance, ou do seu entendimento. Também na montagem, tentamos aproveitar ao máximo as linhas orgânicas dos nossos corpos, pra enfatizar as curvas de Niemeyer; além das cores dos jardins de Burle Marx com bastante contraste e a formação de “ilhas de cores”.
Tentamos porem uma abstração não completa, fazendo uma alusão a um panorama 'retíilíneo" da Casa do Baile, colocando textura de chão e plantas em baixo; construção, árvores e lagoa no meio e tons de azul - de céu, azulejos e até mesmo água - em cima. Mas foi dícifil dar a unidade que queríamos ao resultao final, não foi tão fácil agrupar as fotos por 'tema'.
O acervo de fotos utilizadas foi de cerca de 600, todas tiradas pelos integrantes do grupo nas diversas visitas feitas ao local. Com uma preocupação estética, utilizamos a imagem projetada sobre a pele e mais imagens de texturas e cores – que nos proporcionavam fotos com composições mais agradáveis.
A nossa grande dificuldade e preocupação na edição do trabalho foi que, ao utilizar fotos de nossos corpos semi-nus, o trabalho não ficasse apelativo e nem que nos sentíssemos expostas - o que foi um dos maiores desafios, abdicamos no processo de fotos que ficaram fantásticas.Pretendíamos fazer um trabalho maior, com muito mais fotos, mas o prazo curto não possibilitou. Esperamos que esse material, e técnica, sirva de base para outros projetos.

domingo, 27 de setembro de 2009

SketchUp - Museu Oi Futuro


Após a visita ao Museu Oi Futuro, fomos solicitados a "tridimensionalizar" nossa experiência no local. Desta forma, criei este objeto abstrato que respresenta parte da estética do local, uma das "salas", por assim dizer, e também aquilo que senti ao caminhar pelo ambiente com as pessoas que me acompanharam.

A parte com as bolinhas azuis refere-se ao espaço com varias luzes pequenas espalhadas simetricamente. Distribui as bolas deste modo, pois, a principio, quando observadas de frente, elas seguem uma formalidade simétrica; porem, ao manipularmos o objeto, as mesmas confundem-se no espaço, causando o mesmo efeito deste ambiente no museu, onde as luzes estão acesas e a visão do visitante fica "embaralhada".

Já na parte de trás, quis misturar o local com as pessoas, ou seja, nossa visita com nos mesmos. A esfera ao centro representa a tela que encontrava-se na mesma sala das bolinhas azuis; e, como ela atraiu bastante a nossa atenção, resolvi espalhar seis semi-esferas (simbolizando cada estudante) de forma que todas convergissem ao mesmo ponto, o de nossa atenção. Esta "face" conecta-se com a outra através do espaço vazado entre as mesmas, uma transição singela, mas que consegue representar a divisão destas duas áreas.

Outro detalhe é o "funil" formado por seis anéis. Estes fazem alusão a evolução da tecnologia, a seu crescimento gradativo e constante ao longo dos séculos; e, ainda, colorem a "obra digital", dando vida a mesma.