terça-feira, 29 de setembro de 2009

Panorama em grupo - Casa do Baile II

(com cores originais)

(com tratamento de cor no Photoshop)


GRUPO: Laura Carvalho; Luciana Rattes Máximo de Castro; Luiza Moura Rabelo Costa e Yumi Imanishi Faraci

CASA DO BAILE À FLOR DA PELE

Chegou a hora de fazer um panorama em grupo. De unir diferentes idéias, pontos de vista e exigências. De extrair o máximo daquele ambiente já tantas vezes explorado por nós, atrás de algo que fosse realmente bacana de ser mostrado. Juntar a arquitetura e o paisagismo aos nossos olhares - tão diferentes. Registrar a experiência de cada um em seu trabalho anterior influenciando tanto nesse novo olhar. Com novas surpresas a cada visita.Percebemos daí a essência do nosso novo trabalho. Uma tentativa de reflexão sobre as diferenças. Sobre as memórias, os diálogos entre nós e o ambiente que nos cerca, e o que deles fica realmente em nós.
Usamos das diferenças de cada um, das lembranças que nos marcaram (imagens sobre nossos corpos) que em cada experiência é completamente diferente. Que o que fica em nós também sofre deformações, dependendo das individualidades (no caso, dependendo de cada corpo - dos integrantes do grupo - e posição em que a imagem da Casa do Baile é projetada). Tentamos mostrar interações entre pessoas e espaços e como cada um interfere nessa imagem para si.Usamos de duas dinâmicas: no primeiro momento projetamos as imagens e tentamos interagir com elas, algo como mergulhar na projeção. Já no segundo momento fizemos com que as imagens ‘se desdobrassem’ para mergulhar em nós. Outro fato interessante foi que, inicialmente quase que sem-querer, tridimensionamos imagens que estavam planas. Ou seja, revertemos o processo da fotografia e a fotografamos de novo, o que deu um resultado interessante.
Na montagem do panorama propriamente dito, fomos influenciadas por David Hockney e suas polaróides e pelo trabalho mostrado em uma aula, que foi usado no site de um bailarino. Usando fotos de alta qualidade tentamos disponibilizar maior interação ao trabalho, dando ao observador a opção de ver em boa resolução - através do uso de zoom- uma foto que a princípio estava fora do seu alcance, ou do seu entendimento. Também na montagem, tentamos aproveitar ao máximo as linhas orgânicas dos nossos corpos, pra enfatizar as curvas de Niemeyer; além das cores dos jardins de Burle Marx com bastante contraste e a formação de “ilhas de cores”.
Tentamos porem uma abstração não completa, fazendo uma alusão a um panorama 'retíilíneo" da Casa do Baile, colocando textura de chão e plantas em baixo; construção, árvores e lagoa no meio e tons de azul - de céu, azulejos e até mesmo água - em cima. Mas foi dícifil dar a unidade que queríamos ao resultao final, não foi tão fácil agrupar as fotos por 'tema'.
O acervo de fotos utilizadas foi de cerca de 600, todas tiradas pelos integrantes do grupo nas diversas visitas feitas ao local. Com uma preocupação estética, utilizamos a imagem projetada sobre a pele e mais imagens de texturas e cores – que nos proporcionavam fotos com composições mais agradáveis.
A nossa grande dificuldade e preocupação na edição do trabalho foi que, ao utilizar fotos de nossos corpos semi-nus, o trabalho não ficasse apelativo e nem que nos sentíssemos expostas - o que foi um dos maiores desafios, abdicamos no processo de fotos que ficaram fantásticas.Pretendíamos fazer um trabalho maior, com muito mais fotos, mas o prazo curto não possibilitou. Esperamos que esse material, e técnica, sirva de base para outros projetos.

domingo, 27 de setembro de 2009

SketchUp - Museu Oi Futuro


Após a visita ao Museu Oi Futuro, fomos solicitados a "tridimensionalizar" nossa experiência no local. Desta forma, criei este objeto abstrato que respresenta parte da estética do local, uma das "salas", por assim dizer, e também aquilo que senti ao caminhar pelo ambiente com as pessoas que me acompanharam.

A parte com as bolinhas azuis refere-se ao espaço com varias luzes pequenas espalhadas simetricamente. Distribui as bolas deste modo, pois, a principio, quando observadas de frente, elas seguem uma formalidade simétrica; porem, ao manipularmos o objeto, as mesmas confundem-se no espaço, causando o mesmo efeito deste ambiente no museu, onde as luzes estão acesas e a visão do visitante fica "embaralhada".

Já na parte de trás, quis misturar o local com as pessoas, ou seja, nossa visita com nos mesmos. A esfera ao centro representa a tela que encontrava-se na mesma sala das bolinhas azuis; e, como ela atraiu bastante a nossa atenção, resolvi espalhar seis semi-esferas (simbolizando cada estudante) de forma que todas convergissem ao mesmo ponto, o de nossa atenção. Esta "face" conecta-se com a outra através do espaço vazado entre as mesmas, uma transição singela, mas que consegue representar a divisão destas duas áreas.

Outro detalhe é o "funil" formado por seis anéis. Estes fazem alusão a evolução da tecnologia, a seu crescimento gradativo e constante ao longo dos séculos; e, ainda, colorem a "obra digital", dando vida a mesma.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Visita ao Museu Oi Futuro


(evolução do homem)

Na sexta-feira, dia 18/09, eu e mais cinco alunos visitamos o Museu Oi Futuro, no alto da Afonso Pena. Não achei que haveria um espaço interativo como este nos arredores, ainda mais de graça, com tanta tecnologia e criatividade! Foi uma ótima experiência!

(reflexos hipnoticamente fascinantes)


Uma das coisas que mais me chamou a atenção foi a caixa de espelhos da foto acima. A combinação entre as músicas que escutávamos, as imagens transmitidas na tela ao centro e seus reflexos era quase que hipnotizante!


Vale muito a pena dar uma passada por lá e conhecer o espaço, mesmo que ele seja relativamente pequeno em comparação a outros locais deste ramo... Além de podermos interagir com muitos dos objetos expostos, há muita informação sendo transmitida de um modo muito divertido a todos que lá visitam.

Objeto físico


Meu objeto físico, baseado nas idéias do livro "Lições de Arquitetura", de Herman Hertzberger, trabalha em torno de dois conceitos: o de público e privado e o de forma e função. A princípio, em sua forma "original", assemelha-se a um tijolo cinza clássico, notadamente presente no livro; porém, após uma análise maior, é possível manipular suas três partes heterogêneas de diferentes maneiras, quebrando as "limitações espaciais".




1. PÚBLICO E PRIVADO
Nas duas partes/seções mais externas, ou seja, nos blocos transparentes, quis debater a idéia de privacidade. O uso de acetato viu-se necessário para que referir-me à transparência na transição de ambientes, conforme citado na obra. No lado onde o fundo é a imagem do filme Psicose, há vários pedacinhos de jornal que impedem o público de acessar o privado, tropeçando com tal resistência. Quando aquele que está nos espaços internos permite a transição gradual do contato entre os ambientes, ou seja, quando o bloco é sacudido e os papéis picados caem, saindo da frente da imagem, há um maior contato entre os espaços. A escolha desta imagem deu-se por ela mostrar com clareza a reação espantosa daqueles que vêem sua intimidade invadida.

Já no outro bloco, o com fundo de céu, quis referir-me às galerias, locais fechados, teoricamente privados, que são abertos ao público. A idéia de pôr o espaço externo "aprisionado" na grade partiu da vontade de amplificar o ambiente interno. Extamente pelo acesso ser muito maior nestes locais, sua amplitude também é muito maior do que inúmeros outras construções. O que estava dentro agora está fora e o que estava fora está dentro.

A parte central é subdividida em dois. Cada novo bloco representa a acústica dos ambientes internos. Com o uso de arroz e madeira picada (rachi=palitinho japonês), desenvolvi dois sons diferentes que podem ser explorados pelo manipulador do objeto, incitando sua curiosidade.

2. FORMA E FUNÇÃO
Para enfatizar outro conceito muito interessante deste livro, desejei criar algo que pudesse mudar infinitamente de forma, sem prejudicar ou danificar a estrutura original e sem adquirir nenhuma função específica. Optei pelo velcro para proporcionar tal "flexibilidade" entre as peças, porque sua aderência é suficientemente boa e a gama de posições possíveis é enorme, já que estas não dependem de um encaixe perfeito. O padrão de sua estampa segue a linha xadrez, pois, como citado no livro, este é um jogo com um leque enorme de possibilidades. Desta forma, quis referir-me à diversidade de formas que meu objeto pode tomar.

MATERIAIS:

- folhas de acetato

- papel paraná

- arame preto

- arroz

- arroz japonês e rachi (palitinho de madeira)

- jornal

- velcro

- cola quente

- durex

domingo, 13 de setembro de 2009

Processo criativo (e frustrante!)


Noites sem dormir, muito café no organismo, a mente quase explodindo com a frustração, prazos, pressão, estresse...mas também muitas risadas nas aulas, ver que não está sozinho no desespero, sujar os coleguinhas, tirar altas fotos, ter idéias do nada...bom, apresento a vocês, o processo criativo!






Análise dos panoramas do grupo

Como próxima atividade, fomos solicitados a fazer um novo panorama da Casa do Baile, só que, desta vez, em grupo e mais trabalhado. Além disso, também tivemos que fazer um relatório sobre os panoramas individuais dos integrantes do nosso grupo e, portanto, aqui estão eles:

LAURA CARVALHO
Seu panorama explora o uso das cores fortes, abusando do contraste para realçar a vida do ambiente. Procurando salientar aquilo que mais lhe chamou a atenção no local, utiliza vários efeitos de filtro e de intensidade de cor. Seu ponto de vista, sobre a muretinha de azulejos, consegue retratar a lagoa, a contrução e grande parte da vegetação proposta por Burle Marx. Uma Casa do Baile levada ao extremo da escala de cores, que mexe com a visão do espectador.

LUCIANA RATTES MÁXIMO DE CASTRO
Contrariando a abordagem majoritária sobre o primeiro trabalho de panoramas, sua imagem não é composta por apenas um ponto de vista, situando o fotógrafo apenas em uma posição. Ela é formada por fotos diversas de inúmeros itens pelos quais obteve interesse. Essa disposição, apesar de problemática na hora de compor o panorama no Stitcher, resulta numa imagem mais abstrata e surreal, mas que ainda mantém as impressões que a aluna teve ao conhecer o lugar. Desta forma, ela cria um "diálogo" entre os visitantes, onde cada um expôe seus pensamentos e pontos de vista, elaborando uma imagem única, também trabalhada em termos de filtro e contraste.


LUIZA MOURA RABELO COSTA
Sua idéia era transmitir ao espectador o modo como cada visitante enxerga a Casa do Baile, expondo os diversos pontos de vista. Fazendo o uso de um instrumento que sintetiza esta proposta de exploração da visão individual, os óculos, ela junta reflexos de imagens diversas que remetem ao ponto onde cada "modelo" concentrava-se. O resultado final, com a junção dessas fotos, cria uma imagem contínua de armações onde tais "borboletas" misturam-se com as palavras de Niemeyer e suas curvas. O uso de outro panorama ao fundo, completou o vazio que seria deixado se ficasse apenas o contorno dos óculos e expôs uma visão geral do ambiente, mais real.

terça-feira, 8 de setembro de 2009

Panorama da Casa do Baile


Através do uso dos programas Photoshop e Stitcher, criei, conforme solicitado, o
panorama da Casa do Baile mostrado acima. Sua composição tem por base três grandes partes: a lagoa, o piso e o texto. Adiante, explicarei "o porquê" de cada escolha.


A LAGOA
Optei por este ângulo, pois consegui, desta forma, representar as coisas que mais me chamaram a atenção. Uma delas foi a incrível vista do local. Assim que parei para observar o horizonte e, desta forma, o outro lado da lagoa, inúmeras idéias surgiram em minha cabeça, a começar por aproveitar as nuvens que espalhavam-se pelo céu. Pensando em relacionar nuvem com sonho e este com sua concretização, quis criar a conexão entre os sonhos de Niemeyer e a realização de suas obras, saindo da idealização para a ação. Ao colocar imagens de um texto do arquiteto, de sua foto e de um de seus croquis, quis retratar extamente estes "pensamentos" que corriam em sua mente.


Outro detalhe importante foi a presença da muretinha cheia de curvas irregulares que convidava todos que ali chegaram a sentar. Não podendo desperdiçar a "estampa" de seus azulejos, criei uma fusão entre a água da lagoa e a mureta, onde o observador ainda consegue sentir os traços de Niemeyer, mesmo numa imagem em que sua construção pouco aparece. Minha intenção foi a de trazer um pouco do ambiente em que estávamos e estendê-lo à imensidão da Lagoa da Pampulha, fazendo referência à infinidade dos trabalhos deste arquiteto.

O PISO
Nesta parte, enfatizei aquilo que parecia estar esquecido pela grande maioria que ali circulava. Eu poderia ter considerado o piso como comum e simplesmente investir mais em outras imagens, porém achei que a composição do ambiente como um todo não seria tão fascinante se, de repente, a escolha do piso fosse outra. Por isto, escolhi colocar o que estava sob nossos pés na mesma altura e importância das coisas que "topavam" constantemente com nossa visão. Além disso, o tom das cores, fortes e escuras, criaram um ótimo contraste com a claridade das outras partes.

A escolha das lâmpadas, intervenção posterior ao ambiente, foi mais uma tentativa de adequar aquilo que não faz parte da obra de Niemeyer com seus conceitos. Sua disposição curvilínea na figura demonstra exatamente essa tentativa de transformar o que, na realidade, era uma curva simétrica que quebrava as intenções originais da obra, em mais uma das curvas independentes espalhadas pela construção. Procurando ironizar a escolha daquele que dispôs de tal tipo de iluminação, optei por explorar apenas duas destas lâmpadas, abrindo o espaço para o conflito entre a que está intacta e a quebrada. Ou seja, quis debater o fato de alguém poder modificar a arquitetura original do local sem danificá-la.


O TEXTO
Com a inserção deste recurso, quis integrar as imagens com o contexto histórico. Expondo um pouco das ambições de JK e sua relação com a ousadia de Oscar Niemeyer. Fugindo um pouco da constante presença de cores e diferentes figuras que compunham uma só imagem, abusei do uso da escrita em tons de cinza (banner encontrado na Igreja de São Francisco) para referir-me ao passado, ao que fez e faz parte da história. Quis, deste modo, situar o observador na época desta "revolução criativa" e mostrar a ele minhas idéias, meus pontos de vista e a beleza do local.



COMENTÁRIOS FINAIS

Como um todo, uma imagem panorâmica integrada, procurei salientar os detalhes que mais me marcaram nesta visita. E para isso, fiz o uso de ferramentas de contraste e filtros ditos "artísticos" no Photoshop. Sobrepondo imagens e experimentando o uso de diferentes camadas, pude brincar com a profundidade de certos elementos e, assim, das mais impressão de "realidade" nesta minha imagem tão surreal.

Visita à Casa do Baile - Impressões

Na sexta-feira do dia 28 de agosto, visitamos duas construções marcantes de Niemeyer: a Casa do Baile e a Igreja de São Francisco, a famosa Igrejinha da Pampulha. Sempre passei em frente a estas obras, mas nunca percebi como são extremamente interessantes. Digo isto, porque ambas possuem uma arquitetura revolucionária na qual Niemeyer concretizava seus sonhos e, somente após esta visita, pude compreender como tais feitos causaram grande impacto na época, tanto no Brasil como no mundo.

Suas curvas anti-simétricas, traço marcante do arquiteto, são uma das coisas que mais chamam a atenção do visitante, convidando-o a explorá-las ao caminhar pelo local. No caso da Casa do Baile, um detalhe que me atraiu assim que cheguei, foi o pequeno muro que compunha o ambiente com seus azulejos que caracterizam a construção. Isto sem contar com a brilhante localização, que permite a apreciação da vista da lagoa e que, acredito eu, somada ao aconchego criado pelas apresentações musicais e pelo serviço ali servido em sua época de funcionamento, acabava por agradar cada convidado que chegava. Desta forma, mesmo não gerando o sucesso esperado em relação à sua função original, esta construção é importantíssima para aqueles que desejam, de alguma forma, entender as ambições de Oscar Niemeyer.

Quanto à Igrejinha, não é preciso dizer muito para explicar como ela foi e ainda é "contraditória". Seu design audacioso ia contra todos os princípios religiosos da época, tanto no exterior como no interior e, por isso, causou inúmeros debates quanto a sua aceitação pelo clero e pela sociedade. O que mais me impressiona nela é exatamente esta irreverência quanto à forma, este conflito eterno entre "o que é certo e o que não é" de se fazer em uma igreja. O modo como Niemeyer ousou ao propor tal obra foi inegavelmente importante para que outros arquitetos também ousassem a imaginar e concretizar seus projetos mais impossíveis.

Como um todo, este dia foi, além de uma ótima integração entre nós, estudantes, um ótimo primeiro contato com um ambiente como "futuros arquitetos". Agora, olhando o mundo através uma nova perspectiva: com inúmeros pontos de fuga que remetem sempre à mesma linha do horizonte.